Administrar a Santa Casa como uma empresa

As Santas Casas de todo o país enfrentam problemas financeiros, algumas até fecharam as portas. Quando a nova direção assumiu, houve muita expectativa, principalmente dos fornecedores que temiam não receber.

Assim que assumiu a função de administrar a Santa Casa, Aldomir Arenghi, decidiu modernizar a gestão. Arenghi atuou por 13 anos como gerente administrativo do Hospital São Francisco e por quatro anos como Secretário Municipal de Saúde. Com a experiência na área hospitalar ele decidiu com a direção fazer diversas mudanças.

Foi necessário fazer um levantamento de débitos com fornecedores, fato que vinha inviabilizando o poder de negociação de compra da Santa Casa. Constatou-se que haviam R$ 4 milhões de valores vencidos. Foi feito um empréstimo para liquidar a dívida. “Continuamos devendo, só que agora para a Caixa Econômica Federal. Hoje não devemos para nenhum fornecedor e os pagamentos são feitos na data do vencimento. Porém, como há um déficit mensal, estamos cortando despesas de todas as formas. Diminuindo número de funcionários onde é possível reduzir, e procurando aumentar a receita tentando trazer mais pacientes de convênio para a Santa Casa”, explica Arenghi.

Para isso, são realizadas reuniões semanais com médicos de cada especialidade, para que eles acompanhem  a situação da Santa Casa e se envolvam com a nova proposta.  Houve também a criação de um Departamento de Compras com um trabalho especializado de negociação com o uso de um sistema informatizado, um software de gestão hospitalar chamado Wareline. Outra medida foi a contratação de uma profissional de compras com experiência na área hospitalar. “A partir daí começamos a mudar a imagem da Santa Casa perante os fornecedores. Passaram a ver que para vender aqui dentro não é simplesmente mandar a mercadoria, hoje tudo é feito através de negociação, há conferência, registro, lançamento e controle do estoque. Estamos instalando código de barras na dispensação de medicamentos e materiais hospitalares em nome do paciente”. Fato que facilita o controle de tudo o que é usado e faturado. Nada de planilhas e anotações à parte em uma folha de papel, garante Arenghi. Agora é tudo no sistema. Funcionários de diversas áreas passarão por treinamento de como otimizar as informações usando o software.

 

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